VALORCAR

19-03-2013 17:21

A Madeira Cartão - Sociedade de Triagem, Lda., iniciou a sua atividade em 2002 como operador de gestão resíduos, nomeadamente cartão, plástico, madeiras e resíduos metálicos, na sequência da experiência adquirida em França nesta área de negócios por um dos sócios. Situada no Caniçal, ilha da Madeira, tornou-se em 2007 no primeiro operador de abate de Veículos em Fim de Vida (VFV) licenciado na região. Com 50 funcionários, é hoje uma referência no arquipélago neste sector.

Fundada pelos sócios Silvestre de Abreu Pereira e Aldina Faria Maltez, com um investimento inicial de cerca de 500 mil euros, a empresa dispõe actualmente de quatro instalações: a sede na Zona Franca do Caniçal, onde são processados os resíduos de cartão, plástico, resíduos metálicos, VFV e baterias; outra na Zona industrial da Camacha, para os resíduos metálicos, VFV e Resíduos de Construção e Demolição (RCD); e mais duas no Funchal, uma para revenda peças usadas provenientes dos VFV e outra para tratamento de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) e VFV.

A Madeira Cartão tornou-se ao longo dos anos num operador multi-resíduos, valorizando a política dos 3 R; Reduzir, Reutilizar e Reciclar. "A sustentabilidade económica da nossa atividade depende na capacidade de aumentar a reutilização das peças usadas. As mesmas são testadas e inspecionadas antes de ser colocadas à venda com preços muitos competitivos. Tentamos reutilizar o máximo possível, só depois é enviado para reciclagem", explica Aldina Maltez, uma das sócias.

Tendo sido pioneira na Madeira neste sector, a empresa deseja continuar a evoluir e inovar. Nesse sentido, pretende "num futuro próximo, uma catalogação e informatização de todas as peças envidadas para o centro de venda, afim de garantir uma melhor gestão das peças reutilizadas e disponibilizar aos clientes uma capacidade de resposta imediata". "Apostamos num serviço de máxima qualidade para satisfazer as necessidades dos nossos clientes, que passa por uma recolha dos VFV ao domicílio, sem custos para o cliente, tratando de todo o processo de cancelamento e emissão de certificado de destruição", sublinha. 

Aldina Maltez destaca que "o sector de desmantelamento de VFV na Madeira tem evoluído e melhorado significativamente pelo facto de existirem centros licenciados, o que vem diminuindo a entrega em sucatas ilegais". Ainda assim, permanece alguma concorrência desleal efetuada por empresas não licenciadas. "Há cerca de dez empresas sem qualquer licença a operar na Região Autónoma da Madeira e nada é feito para combater essa ilegalidade", lamenta. 

O facto de operar numa ilha torna também mais complicada a atividade da Madeira Cartão. "Essa é uma situação que dificulta a nossa acção, sobretudo a nível de transporte marítimo, havendo praticamente um único operador e assim os custos são elevadíssimos. Por exemplo, o transporte de um contentor de 40 pés entre a ilha e o Continente tem um custo aproximado de 800 euros e um de 20 pés custa 500 euros. Além disso, os resíduos não recicláveis entregues na Estação de Tratamento da Meia Serra têm um custo considerável, de 79 euros + IVA a tonelada. E temos custos adicionais significativos por estar localizados na ilha", revela a responsável.

A Madeira Cartão aderiu à REDE VALORCAR em Julho 2010, o que "claramente trouxe à empresa um sentido de maior responsabilidade". "A VALORCAR é uma entidade disponível, com uma equipa sempre pronta a ajudar em todas as dificuldades que vão surgindo no dia-a-dia e isto apesar da distância. Recebemos informações e metas de trabalho personalizadas. Apenas, lamentamos o fato de a VALORCAR não ter poder de inspecionar empresas ilegais a fim de reportar a DRA", conclui Aldina Maltez.